Projetada em 1934 pelo paisagista Roberto Burle Marx e concluída três anos depois, a Praça do Arsenal sempre foi um dos espaços mais emblemáticos do Bairro do Recife. Ao longo das décadas, o local passou por diversas intervenções que acabaram modificando seu desenho original, com a instalação de grades, fontes e alterações na vegetação. Em 2025, a praça ganhou um novo capítulo em sua história com uma ampla requalificação que devolveu à cidade e aos recifenses não apenas um espaço renovado, mas também parte de sua memória afetiva.
O projeto de restauração se inspirou no traçado original concebido por Burle Marx e buscou resgatar o valor histórico e paisagístico do local, unindo a preservação ao olhar contemporâneo. O novo desenho recuperou elementos característicos do projeto modernista, como a esplanada livre em lajotas de concreto, o jardim circular central e o cinturão arborizado, além de incorporar releituras modernas — entre elas, a borda ondulante dos jardins, os novos bancos de concreto de alta performance que não esquentam e uma nova iluminação que destacou a beleza do espaço também à noite.
A vegetação foi recomposta com espécies adaptadas à salinidade e contrastantes em textura e cor, reforçando também a continuidade da paisagem histórica e o vínculo com o projeto inicial de Burle Marx.

A intervenção foi executada pelo Moinho Recife, com o apoio da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e parceria com o Programa Recentro, contando ainda com a consultoria técnica do Laboratório da Paisagem da UFPE. O investimento total foi de R$ 1,8 milhão, sendo 90% custeado pela iniciativa privada, como medida de mitigação do Moinho, e o restante pela Prefeitura do Recife.
Para o prefeito João Campos, a entrega da nova Praça do Arsenal representou a reconexão do Recife com seu passado e com seus espaços públicos. “A praça foi reestruturada e revitalizada para trazer de volta o conceito original projetado por Burle Marx. Ela ficou muito bonita, acessível e à disposição de todos os recifenses”, afirmou.


